No trimestre agosto, setembro e outubro de 2013 (ASO/2013), os modelos
de previsão climática indicam possibilidade de aquecimento das águas
superficiais do Pacífico equatorial leste, mas a perspectiva ainda é de
continuidade de condições neutras dos fenômenos climáticos (ou seja,
ausência da atuação dos fenômenos El Niño ou La Niña).
A previsão climática por consenso entre CPTEC, INMET e Funceme, com
participação do CEMADEN, considerou para o trimestre ASO/2013 a
possibilidade de um regime deficiente de chuva para duas áreas do
território nacional. A primeira localizada no noroeste da Região Norte
(noroeste do Amazonas e oeste de Roraima), onde foi considerada uma
distribuição de 25%, 35% e 40% de probabilidade de ocorrência de chuva
nas categorias acima da normal, dentro da normal e abaixo da normal
climatológica, respectivamente, e a segunda área abrange grande parte do
centrossul do País (todos os estados da Região Sul, sul do Mato Grosso
do Sul, e o sudoeste e sul do Estado de São Paulo), com distribuição de
20%, 35% e 45% de probabilidade de ocorrência de chuva nas categorias
acima da normal, dentro da normal e abaixo da normal climatológica,
respectivamente.
Além disso, a previsão climática também indicou para o próximo
trimestre uma tendência de chuva entre normal e ligeiramente acima da
normal climatológica para uma área que abrange o leste da Região Norte
(Amapá, Pará e Tocantins), nordeste do Mato Grosso e oeste do Maranhão
(distribuição prevista de 35%, 40% e 25% de probabilidade de ocorrência
de chuva nas categorias acima da normal, dentro da normal e abaixo da
normal climatológica, respectivamente). Uma indicação semelhante de um
regime previsto entre normal e ligeiramente acima da normal foi dada
para o trecho desde o Recôncavo Baiano até Alagoas, com distribuição de
35%, 35% e 30% de probabilidade de ocorrência de chuva nas categorias
acima da normal, dentro da normal e abaixo da normal climatológica,
respectivamente.
Com respeito às temperaturas, a previsão para ASO/2013 indica um
comportamento normal para a Região Sul, e um padrão entre normal a acima
da normal climatológica para as demais áreas do território nacional.
Ressaltamos ainda a possibilidade de incursões de massas de ar de origem
polar, que provocam queda acentuada de temperatura no centrossul do
Brasil, especialmente na primeira metade do próximo trimestre,
eventualmente podendo atingir parte da Região Centro-Oeste e sul da
Região Norte, caracterizando os conhecidos episódios de “friagem”. Além
disso, neste período ainda há possibilidade de formação eventual de
geadas e nevoeiros ao amanhecer, principalmente nas Regiões Sul e
Sudeste.
Durante o mês de junho, o destaque foi o excesso de precipitações
ocorridas em parte das Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, em especial
no Paraná, devido principalmente à passagem dos sistemas frontais ao
longo da segunda quinzena. De acordo com dados do INMET, foram
observados totais de cerca de 422 mm em Ivaí/PR e totais da ordem de 345
mm em Campo Mourão/PR e Irati/PR, onde as médias climatológicas são da
ordem de 100 mm e 120 mm, respectivamente. No leste da Região Nordeste
também foram observados acumulados expressivos ao longo de todo o
período, como em João Pessoa/PB (aproximadamente 490 mm), Recife/PE
(cerca de 480 mm) e Natal/RN (cerca de 400 mm). Em relação às
ocorrências diárias, destacaram-se totais da ordem de 120 mm a 140 mm
observados em várias estações meteorológicas do INMET localizadas no
Paraná, no dia 21, a exemplo de Irati, Ivaí, Curitiba e Paranaguá.
Informações adicionais sobre as condições oceânicas e atmosféricas
globais e a situação da chuva em todo o Brasil serão disponibilizadas no
endereço http://infoclima1.cptec.inpe.br/. Os mapas de climatologia de precipitação estão disponibilizados no site http://clima1.cptec.inpe.br, elaborados com base nas normais climatológicas de 1961 a 1990 do INMET.