O governo brasileiro está corrigindo um erro cometido em 2004,
quando uma proposta que previa isentar o arroz nacional de PIS/Cofins
foi estendida ao arroz importado. O deputado federal Jerônimo Goergen
(PP/RS) conseguiu aprovar na última quarta-feira, na Comissão Especial
criada para analisar a Medida Provisória 563/12, emenda que retira a
isenção tributária do arroz importado. O relatório final do senador
Romero Jucá (PMDB/RR) foi aprovado, e será votado até o final de julho
nos plenários da Câmara Federal e Senado da República.
A
previsão é de que a lei vigore a partir de agosto. A emenda Goergen
estabelece a taxação de 9,25% de PIS/Cofins sobre o arroz e a farinha de
trigo importados do Mercosul. Jerônimo explicou que a medida tem por
objetivo “reduzir os efeitos danosos da concorrência desleal com os
países vizinhos e devolver competitividade à produção nacional”,
esclarece. A medida corrige um erro do governo brasileiro, cometido em
2004. “Naquele momento, o governo brasileiro ampliou as assimetrias do
produto nacional com aquele proveniente do Mercosul, que tem menor
incidência de tributos e menor custo de produção. Com a volta da
cobrança do PIS/Cofins, reduzimos esta assimetria e resolvemos um
problema estrutural da cadeia produtiva nacional”, frisa o deputado
Jerônimo Goergen.
Presidente da Federarroz,
Renato Rocha, considera a notícia excelente e vem em boa hora. “É algo
pelo qual a cadeia produtiva luta há oito anos e, agora, concretiza-se
pela ação do deputado Jerônimo, um parceiro do setor”, frisa. Segundo
Rocha, falta agora o governo federal estabelecer as cotas de importação
do Mercosul, para dar o equilíbrio necessário ao mercado interno.
ANÁLISE
- Outra lei importante para a cadeia produtiva de autoria do deputado
Jerônimo Goergen está em tramitação na Câmara Federal. É quase uma cópia
da lei criada no Rio Grande do Sul, que obriga à pesagem e análise
química e fitossanitária o arroz importado pelo Brasil. Também entram no
rol produtos como trigo, feijão, cebola, cevada, uvas, entre outros.
Segundo o deputado, esta norma tem como objetivo evitar o ingresso de
produto com contaminantes de agrotóxicos que são proibidos no Brasil,
mas usados abundantemente nos países do Mercosul, e oferecem risco à
saúde pública, bem como a às culturas nacionais, uma vez que podem
conter pragas e patógenos exóticos às culturas nacionais.
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