sábado, 3 de novembro de 2012

El Niño frustrado

Diferente do que aconteceu no início do ano, um período em que os oceanos Pacífico e Atlântico estavam com as águas mais frias, neste momento se observa os oceanos em uma condição oposta. O oceano Pacífico apresenta águas ligeiramente mais aquecidas, mas insuficientes para caracterizar o fenômeno El Niño. Esta condição desfaz as expectativas criadas com a previsão de um El Niño divulgada no início do ano. Segundo os resultados mais recentes do Serviço de Meteorologia Americano (NCEP-NOAA), há indicação da continuidade deste ligeiro aquecimento, porém com intensidade muito fraca para caracterizar um El Niño. Inclusive, a partir de janeiro, já deve prevalecer uma condição de neutralidade, até com algumas áreas do oceano Pacífico mais frias. Neste momento, o oceano Atlântico apresenta águas ligeiramente mais quentes na costa do sul e sudeste do Brasil, o que favorece a atuação das frentes frias no próximo verão. Apesar da condição observada em outubro não ser a desejada, o padrão climático atual representa uma característica típica da primavera. Estamos no período de transição entre o inverno seco e o verão chuvoso. O mecanismo das frentes frias já está funcionando e elas se deslocam do sul para o norte, mas ainda sem o suporte da umidade da Amazônia que é fundamental para a ocorrência de chuvas mais generalizadas. A irregularidade é normal no período de mudança das estações. Pelo menos, desta vez não podemos culpar os oceanos. Independentemente dos desvios ligeiramente acima (atual) ou abaixo da média (próximos meses), pode-se afirmar que a expectativa é de neutralidade climática até meados de 2013. Não há previsão de desvios intensos nem duradouros suficientes para afirmarmos que estamos sob influência de um El Niño e que aparecerá um fenômeno La Niña no próximo verão.

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